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Este estranho nome vem de d'Alembert, grande matemático e enciclopedista francês.
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Pela definição de função de Green, devemos ter
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(16) |
Uma observação crucial:
deve ser esfericamente simétrica, uma vez que
é o potencial de uma carga puntiforme que existe só no instante
. Logo,
. Vai ser conveniente
introduzir as variáveis
e
. Pode-se então
dizer que
, onde
.
Aqui introduzimos uma função
unidimensional,
. A definição é a mesma:
exceto
quando
, sendo infinita neste ponto de tal forma que
. É um exercício facil
mostrar que
.
Para determinar
, observemos que, para
,
a Eq. 16 fica reduzida a
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(17) |
Para melhor explorar a simetria esférica, passemos a coordenadas esféricas. O
Laplaceano fica então reduzido à parte que contém derivadas em
,
que é 4
 |
(18) |
Portanto, a Eq. 17 se escreve
 |
(19) |
Vamos introduzir agora a função
, definida através da relação
com
. O leitor verificará facilmente que, em termos de
,
a Eq. 19 se escreve
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(20) |
que é a equação de d'Alembert! Como sabemos, sua solução geral
é
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(21) |
onde
e
são funções arbitrárias dos argumentos indicados.
Conseqüentemente, a solução geral da Eq. 19
é
 |
(22) |
Isto é o que pode ser obtido considerando apenas o caso
.
Para obter as expressões detalhadas de
e
precisaremos estudar o que
ocorre quando
. A função
representa uma onda esférica
emergente, de origem em
e que nasce em
; em contraposição, a função
é uma onda esférica incidente, que converge para o ponto
, e o atinge
em
. Ora, estas ondas são conseqüências de uma carga puntiforme que
existiu apenas no instante
. Logo, a onda incidente, que morre em
, viola a causalidade, pois existe antes de sua causa. Devemos, portanto,
tomar
na solução geral.
Na Eq. 16 temos, no primeiro membro, um termo que contém derivadas
nas coordenadas (escondidas sob o símbolo
) e outro que contém
derivadas no tempo. A função de Green é um potencial que se anula no
infinito, e, portanto, tipicamente, uma potência negativa de
. Por
exemplo,
.
Quando se deriva em relação às coordenadas obtém-se, grosso modo,
, se se derivou
-vezes. O Laplaceano contém derivadas de
segunda ordem, logo, o termo que o contém será da forma
.
Em contraposição, o termo que contém derivadas no tempo não modifica
a dependência com
. Assim, depois de calcular os dois termos do primeiro
membro, teremos um da forma
e outro da forma
.
Para
indo a
, ou, o que é o mesmo, para
indo a
,
o termo de potência
no denominador será muito maior, e podemos desprezar
o outro, frente a ele. Neste limite, então, a equação para a função
de Green será:
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(23) |
Mas esta é nossa conhecida: é a equação de Poisson! Sua solução
é (copiando cuidadosamente da Eq. 9):
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(24) |
A integral pode ser facilmente calculada usando a propriedade expressa na
Eq. 3, dando
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(25) |
Mas isto é o limite, para
indo a
, de
 |
(26) |
logo, a função de Green deve ser
 |
(27) |
ou, em todo o detalhe,
 |
(28) |
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Henrique Fleming
2002-04-20