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Estamos agora em condições de incluir um capacitor entre os
componentes
do nosso circuito. Idealmente, então, o circuito conterá uma
resistência
(R), uma indutância (L), e uma capacitância (C). Daí o nome RLC.
Em
relação ao caso anterior (RL), a diferença fundamental é que,
por
causa da presença do capacitor, a corrente não será mais
estacionária.
De fato, quando o capacitor estiver se carregando (ou descarregando),
haverá
uma variação de carga em suas placas. Logo, alí,
não será nula. Ora, pela
equação
da continuidade,
, logo,
nas placas do capacitor. (Note que, porém,
nas outras partes do circuito, pois não há acúmulo de cargas a
não
ser
nas placas do capacitor).
Fig.2 - Esboço de um circuito RLC
Como no caso anterior, vamos calcular a potência dissipada pelo
circuito de duas
maneiras diferentes. A primeira, idêntica ao caso anterior, dá:
 |
(23) |
enquanto que, na segunda, escrevemos
em termos dos potenciais,
obtendo
 |
(24) |
A integração é estendida ao volume do condutor. Como
entre as
placas do capacitor, podemos dividir o volume em dois:
, que é o
volume do
primeiro trecho do condutor, começando na base de potencial
e
terminando
na primeira placa do capacitor, e
, que começa na segunda placa
e vai até
a base com potencial
.Esses volumes são, portanto, disjuntos.
Sejam
e
as superfícies que os delimitam.
Considere a integral
 |
(25) |
que pode ser escrita como
 |
(26) |
 |
(27) |
Mas no interior do volume,
. A última integral se reduz
então
à sua contribuição na placa, que é
Usando
o teorema do divergente na primeira, temos:
 |
(28) |
Como já vimos no caso em que não havia capacitores,
dá:
 |
(29) |
É uma brincadeira de criança mostrar que, analogamente,
 |
(30) |
Para completar o cálculo de
na Eq. 24 resta calcular:
 |
(31) |
já que se trata de uma repetição exata do caso RL. Temos,
portanto,
 |
(32) |
Comparando (32) com (23), obtemos
 |
(33) |
de onde sai
 |
(34) |
onde pusemos
. que é a diferença de potencial
entre as placas do capacitor.
Resta determinar a relação entre
e
. Para
isso,
toma-se uma superfície fechada
(ver Fig.2). Seja
o volume delimitado por essa superfície. Temos
 |
(35) |
que dá, pela equação da continuidade,
 |
(36) |
ou seja,
 |
(37) |
Levando este resultado à Eq. 34, temos, cancelando
um fator
,
 |
(38) |
Lembrando que, num capacitor,
,
 |
(39) |
Derivando mais uma vez e usando 37,
 |
(40) |
que é nossa equação final.
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Henrique Fleming
2001-11-29